O retorno de Felipe Massa à Fórmula 1, antecipado pelo Grande Prêmio em dezembro, é bom para a Williams, que precisava de um piloto experiente para moldar o novato Lance Stroll, e ainda melhor para a Globo, que ganhou uma temporada para preparar o público sobre a inevitável ausência de pilotos brasileiros no grid de largada.
A quase aposentadoria de Felipe Massa ajudou a Fórmula 1 a recuperar parte do público perdido nos últimos anos. O GP do Brasil subiu quase 50% em um ano, alcançando 16,9 pontos de média. O recorte da temporada, publicado no Teleguiado em dezembro, apontou alta de 7,6% nas transmissões ao vivo e de mais de 27% nos compactos na comparação com 2015.
A súbita participação de Felipe Massa no mundial de 2017 tende a atrair a atenção do público que estava distante da Fórmula 1 e voltou a sintonizar a Globo por identificação ou curiosidade. Basicamente a chance que a emissora precisava - e não sabia como viabilizar - para reeducar o telespectador, tornando o esporte mais forte que o ufanismo.
A troca do regulamento técnico é outro componente a favor da Globo nesse processo de reapresentação da categoria. A FIA acredita que a nova configuração de pneus deixará as corridas menos monótonas e dependentes da asa-móvel, engenhoca que tirou toda a tensão dos pilotos (e a diversão dos torcedores) durante as ultrapassagens.
Felipe Massa, tenho certeza, aproveitará este ano extra de trabalho. Cabe à Globo aproveitar essa "prorrogação" tão bem quanto ele.