Jair Bolsonaro sabe que a TV aberta fez mais por ele do que o WhatsApp

Foto: Marcos Corrêa/PR

A participação de Luciana Gimenez no café da manhã presidencial reforça o que este Teleguiado repete há tempos: a TV aberta, por enquanto, tem mais importância para a guerra cultural do que o WhatsApp.

Antes de aproveitar a bobeada do PSDB e surfar na onda antipolítica deflagrada pela Lava Jato, Jair Bolsonaro fez carreira no "Superpop", até hoje apresentado por Luciana Gimenez, e o finado "CQC".

Ainda que não fossem - e nem poderiam ser, pois eram veiculados em emissoras de médio porte - campeões de audiência, "Superpop" e "CQC" serviram para popularizar Bolsonaro nas camadas mais populares e atrair a antipatia da elite intelectual, grande responsável pela derrocada da imprensa brasileira.

Para turbinar a moral do zap zap, os bolsonaristas adoram dizer que Geraldo Alckmin era o candidato com mais tempo no horário eleitoral gratuito e não conseguiu chegar ao segundo turno. O argumento é fraco. Com os marqueteiros do PSDB e o carisma de quem acabou de se borrar no transporte público, o ex-governador poderia ficar na Globo o dia inteiro e continuaria em 4˚ lugar na preferência da população. Ademais, quem realmente fez barba, cabelo e bigode na TV aberta foi Jair Bolsonaro, que monopolizou a atenção de todas as redes entre 6 de setembro, data do atentado de Juiz de Fora, e a semana que antecedeu o segundo turno.

O WhatsApp é um novo elemento na valsa da convergência midiática. Sua força, a exemplo de Bolsonaro, está diretamente associada à TV aberta, seja pela importação de conteúdo, seja pelo impacto que as emissoras ainda causam. A primeira tela, por enquanto, continua viva e muito ativa.