Irretocável no comando do "Domingão", Tiago Leifert é muito mais apresentador que Luciano Huck
Se Neymar fez um gol no Mané Garrincha, Tiago Leifert fez dezesseis na Kantar Ibope Media. A sonora vitória do "Domingão" sobre a seleção brasileira, agora em cartaz no SBT, deixa claro que ele é o legítimo sucessor de Faustão na linha de shows da Globo.
Cotado para trocar os sábados pelos domingos a partir de 2021 -- o futebol deve ser adiado para as 18h, substituindo Faustão --, Luciano Huck perdeu a leveza dos tempos do "H". Quem assiste ao "Caldeirão" tem a constante impressão que a qualquer momento ele vai interromper um musical para iniciar um animado debate sobre distribuição de renda e terceiro setor com Fernando Henrique Cardoso. Tiago Leifert é o oposto. Leve, dinâmico e muito natural, ele parece sempre disposto a se divertir, a entrar na galhofa para interagir e rir com o público.
Se Gugu engoliu a malícia para se redimir do escândalo do PCC, Huck aboliu o chicotinho e a máscara para ser político. Ainda que eu duvide que a administração pública possa oferecer algo mais gratificante que um disco do Vinny com a Tiazinha, é legítimo perseguir objetivos, por mais distantes ou diferentes que eles estejam. Acontece que Luciano corre o risco de perder as duas frentes. Seu desempenho no Atlas Político é sofrível -- marcar 2,1% em uma simulação de primeiro turno depois de 20 anos de vitrine na Globo é péssimo -- e o resultado do "Caldeirão" aos sábados reflete, entre outras coisas, a falta de bons produtos na concorrência. Basta lembrar o que aconteceu na final da Copa Libertadores.
Acometido por uma infecção urinária, Faustão deve retornar ao "Domingão" já na próxima semana. Se ele precisar de mais descanso, não terá motivos para se preocupar. O plim-plim combina com Tiago.