É comum sites especializados em tecnologia afirmarem que a Netflix já é vice-líder em audiência no Brasil.
Balela.
Não existe, por enquanto, qualquer estudo de audiência que corrobore essa informação. O sistema de medição da Kantar Ibope Media acusa o consumo de canais abertos, pagos e "over the top" -- também conhecido como "OTT".
Para fins estatísticos tudo que não é linear é considerado "OTT". Netflix, Amazon, YouTube, DirecTV GO, Claro Box, videogame e... pirataria.
Como o Teleguiado explica aqui, a queda generalizada dos índices de audiência dos canais pagos está diretamente associada à infestação das caixinhas de IPTV.
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Milhares de aparelhos das marcas HTV e BTV são vendidos semanalmente na Santa Ifigênia (região central de SP) e em sites especializados. Desinibidos, os comerciantes chegam a adesivar as lojas para atrair clientes das classes C, D e E, as mais castigadas pela crise econômica. Resultado: mais gente assistindo TV paga -- e aberta -- em uma geringonça que, na prática, é interpretada como OTT.
Os índices de audiência endossam tudo o que escrevo. Em São Paulo, centro da pirataria, GloboNews e Viva chegam a marcar menos da metade da audiência do Rio de Janeiro, capital menos afetada pela pirataria.
Ninguém questiona a força do streaming no Brasil. Só devemos ser cuidados com os números.