Elitismo linguístico do bem e elitismo linguístico do mal

O blogueiro Menon, do UOL, escreveu um artigo reclamando dos erros de português dos jogadores convidados pela Globo para comentar a Copa do Mundo.

Em outros tempos, isso seria chamado de elitismo linguístico --ou algo do tipo.

Como Menon é simpático à esquerda, ninguém moveu uma tecla para apontar a obtusidade do coleguinha. Nem todos os craques tiveram a oportunidade (ou o interesse) de Tostão, Sócrates ou Casagrande. Respeitar os tropeços dos profissionais da bola que estão, pela primeira vez, em uma cabine de transmissão é o mínimo. Da mesma forma que um repórter não corrige o português de um entrevistado na rua, é de bom tom que os articulistas entendam que boleiros não são comunicadores. Ponto.

Agora, caro leitor, imagine o escândalo que a imprensa armaria se um craque de direita --ou apolítico-- escrevesse no Instagram algo sobre os erros de português repetidos pelo presidente Lula.

É essa diferença de tratamento que coloca o leitor contra a imprensa.