Netflix avisa: não existe almoço grátis

A Netflix vai cobrar R$ 12,90 dos compartilhadores de senhas. Perdendo assinantes para Disney, Warner e outras gigantes do entretenimento, que passaram a distribuir seus produtos de forma particular, a líder do streaming tinha que aumentar o faturamento de alguma forma. Restou o combate à pirataria indireta --a direta, conduzida pelas IPTVs, está em outra prateleira.

O streaming sobrevive da venda de assinaturas. Exceção feita à Pluto TV, que aposta na propaganda como meio de subsistência, todas as outras empresas cobram mensalidades para liberar o conteúdo. O que era barato e pontual (o mercado era restrito à Netflix até pouco tempo atrás), passou a custar uma pequena fortuna. Hoje, quem quer acesso total às plataformas gasta o equivalente ao pacote mais caro da SKY. Como são poucos os cidadãos dispostos a gastar centenas de reais todos os meses para assistir uma coisinha ou outra no fim de semana, a cultura do compartilhamento de senhas explodiu, diminuindo o universo de clientes. A maior vítima dessa canibalização? Tu-Dum.

Estima-se que 100 milhões de pessoas usem senhas de amigos e parentes para assistir à Netflix ao redor do mundo. Como elas reagirão à cobrança? Só Deus sabe. O fato é que ninguém paga estúdios, atores e infraestrutura com memes, elogios e carinho nas redes sociais. É mais vantajoso ser brutalmente atacado nas redes sociais e faturar alguns dólares de um mundaréu de gente todos os meses.

O almoço grátis foi cancelado.

Tu-dum.