A estreia do Flamengo no YouTube serviu para ilustrar a diferença abissal entre televisão e internet no mercado audiovisual.
Se o pico de audiência do streaming da partida de quarta-feira fosse transferido para a telinha, a FlaTV arranharia 3 pontos no terminal nacional da Kantar Ibope Media. Empataria em números finais com o "Encrenca", humorístico da RedeTV!. E perderia para "Law & Order SVU", que faz a Band chegar a 4 pontos de média e picos de mais de quase 6.
Como o Teleguiado definiu há duas semanas, quando a MP do Futebol saiu do escaninho do presidente Jair Bolsonaro, o Flamengo busca a supremacia financeira no mercado nacional. Para atingir esse objetivo, decidiu jogar duro com a dona dos direitos de transmissão de dez entre dez torneios do futebol canarinho: a Globo.
A partida entre Flamengo x Boavista, exibida ontem pela FlaTV, correu sérios riscos de não conhecer a luz dos refletores do Maracanã. A Globo, alegando ter contrato com o Boavista, tentou barrar legalmente a engenharia midiática rubro-negra. Dessa vez, não conseguiu. Mas, em breve, muito em breve, colocará seu departamento jurídico em campo para o returno.
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O QUE O TELEGUIADO JÁ ESCREVEU SOBRE FLAMENGO X GLOBO
Existe vida fora da Globo? Até a página 7, se você mora em São Paulo. A Record tem dinheiro de sobra para comprar jogos de futebol, mas vive outra realidade, com investimentos concentrados em outras áreas. Depois do fracasso das duas últimas Olimpíadas, novas aventuras na seara esportiva estão temporariamente suspensas. Band, SBT e RedeTV! não podem sequer sonhar.
A MP do Futebol dá a Corinthians e Flamengo, clubes mais populares do país, o direito de leiloar a própria marca. Não dá, entretanto, garantia de bom negócio. A menos que o mundo mude e o entendimento de parceiros e patrocinadores mude, a Globo ainda está tranquila na parada. Na TV aberta, na TV paga e no pay per view, ela cobra o escanteio e cabeceia bola para o gol.
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