Caso Suzy, chiliques de Bolsonaro e grade alternativa: o 2020 da Globo

Quando o Teleguiado revelou a pedalada do "Fantástico" na sensacionalista reportagem sobre a trans Suzy, a vida da Globo era muito diferente. A linha de shows estava intacta, as gravações das novelas seguiam a todo vapor e o "Jornal Nacional" tinha a duração de sempre. Bastaram alguns dias para a pandemia do novo coronavírus chegar oficialmente ao Brasil e a sobriedade dizer adeus.

Desfalcada, a líder do mercado recorreu ao acervo, ao "Big Brother" e ao departamento de jornalismo para segurar a grade de programação. O "Jornal Nacional", tutor do país nesse momento de crise, passou a ser exibido das 20h30 às 21h45. "Fina Estampa" e "A Força do Querer", escaladas para tapar o buraco de "Amor de Mãe", invadiram a faixa das 23h00. A linha de shows invadiu a madrugada. E o "Jornal da Globo", dilatado, tornou-se o corujão da notícia, empurrando o ótimo "Conversa com Bial" para as 2h00. As consequências desse estica-estica? Liderança folgada e audiência recorde na Grande São Paulo

Pontos baixos do ano: o desarranjo cambial, que custou o contrato com a Conmebol, e as investidas de Bolsonaro contra os jornalistas da emissora. William Bonner teve o filho envolvido em uma fraude financeira, Renata Vasconcellos precisou acalmar um invasor na TV e repórteres foram hostilizados publicamente devido à escalada do "nós x eles" fabricado pelos blogueiros sujos.