"Adnight" falha na teoria e funciona na prática

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"Adnight" tem boas ideias, texto acima da média, estrutura caprichada e o casting mais caro da televisão à disposição. Não está na lista das melhores estreias de 2016 porque promete algo acima das suas possibilidades.

A Globo assumiu a liderança da audiência há mais de quarenta anos. Essa sequência, inimaginável nos Estados Unidos, criou uma relação simbiótica, que limitou as expectativas do público e da emissora, extinguindo das duas partes qualquer aspiração real de desconstrução.

A celeuma do calendário futebolístico é a maior demonstração dessa interdependência, muito útil em tempos de competição acirrada. Todos sabem que os jogos do Brasileirão poderiam acontecer antes das 21h45, mas ninguém suporta a ideia de ver o principal campeonato do país nas mãos das outras redes. A virada de mesa que anulou a concorrência do clube dos 13, em 2011, recebeu até apoio popular.

Se a teoria é um problema para o "Adnight", resta a valorização de suas qualidades. O cold open exibido quinta-feira, com a participação de Pedro Bial, cumpriu muito bem o propósito maior do programa: fazer rir.

A participação de Galvão Bueno na estreia, plenamente justificada pela proximidade dos Jogos Olímpicos, também rendeu bons momentos, como a corrida de cavalinhos de shopping narrada por Silvio Luiz. Faltou um tantinho mais de naturalidade na entrevista. E um pouquinho mais de acidez nas ações, para recordar dois projetos antigos e bem-sucedidos de Adnet: o "Comédia MTV ao vivo" e o "Adnet ao vivo", exibidos na velha MTV.

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O Adnight é exibido às quintas-feiras, depois da minissérie "Justiça".