Inquieto com as escolhas sexuais e políticas de Eduardo Leite, José de Abreu escreveu no Twitter: "não consigo entender um gay de direita. Parece um contrassenso".
José de Abreu tem o direito de pensar o que quiser. Se ele acha normal cuspir em clientes de restaurantes e anormal um político privatizar estatais enquanto ouve Dua Lipa, problema dele. O que causa estranheza é o silêncio do jornalismo de celebridades a respeito do tema. Dos principais sites do país, apenas o Splash, do UOL, repercutiu a frase, afirmando que o ator da Globo havia alfinetado o tucano.
Alfinetado? Sério?
Se Cássia Kiss escrevesse que não compreende um gay de esquerda, dezenas de portais estariam neste momento pedindo a demissão da atriz, acusando-a de homofobia ou coisa pior. Como José de Abreu está do "lado certo" da história, ninguém quis puni-lo com manchetes exageradas. Em suma, quem é de esquerda -- ou não se opõe a ela -- é habilitado a contar a piada que quiser e a expor a ideia que bem entender. Quem é de direita é autorizado a ter a reputação fuzilada em praça pública.
Parece um contrassenso, não?