Sociedade

Milly Lacombe problematiza Abel Ferreira

Milly Lacombe deu um jeito de associar Abel Ferreira ao racismo estrutural e ao feminicídio em seu último artigo para o UOL. Para a problematizadora número um da imprensa tabajara, o treinador do Palmeiras seria menos explosivo se tivesse outra cor e comprasse roupas nas Lojas Marisa. "Uma mulher que se comportasse fora de campo […]

cesar greco/palmeiras

Milly Lacombe deu um jeito de associar Abel Ferreira ao racismo estrutural e ao feminicídio em seu último artigo para o UOL. Para a problematizadora número um da imprensa tabajara, o treinador do Palmeiras seria menos explosivo se tivesse outra cor e comprasse roupas nas Lojas Marisa.

"Uma mulher que se comportasse fora de campo como ele faz seria massacrada. Imaginem Pia Sundhage agindo assim. A uma mulher não é dado o direito de parecer estar fora de controle. Um homem negro talvez também não pudesse fazer o que faz Abel durante uma partida", escreveu.

"Vendo o jogo em casa, o torcedor muito provavelmente se destempera como Abel. [...] Duas observações precisam ser feitas aqui. A primeira é a de que o futebol tem que ter responsabilidade social. Quando vemos o líder do time fazer o que Abel faz a gente pode se autorizar a fazer o mesmo ou subir o tom. E a segunda, relacionada à primeira, é o triste entendimento de que, em dias de jogo, a violência doméstica aumenta no Brasil", prosseguiu.

Culpar o futebol pelo aumento das agressões a mulheres é causalidade de baixa performance. No passado, culparam o lockdown e a polarização política pelo mesmo problema. Muito mais honesto seria admitir que o Brasil é frouxo na hora de aplicar leis e especialmente displicente na formação da população. Querer interligar isso tudo ao português Abel Ferreira, que não é mais temperado que Oswaldo de Oliveira, Mano Menezes ou Muricy Ramalho é zombar da cara do leitor.

Abel Ferreira é muito paciente. Vitor Pereira, comandante do Flamengo, idem. Piores que os juízes dos campos de futebol são os juízes dos nossos portais.