De acordo com o Ipec, o antigo ibope, Lula chegou na véspera da eleição presidencial com 51% dos votos válidos, ante 37% de Jair Bolsonaro. Pela margem de erro, tanto o petista poderia vencer por 53% a 35% como por 49% a 39%. Resultados acachapantes, ainda que um deles fosse incapaz de liquidar a fatura em primeiro turno.
Urnas apuradas, o choque da realidade: Lula bateu Bolsonaro, mas por 48% a 43%. 48% a 43%? 48% a 43%! Mas como, se Lula tinha 49% na pior projeção, e Bolsonaro, na melhor, não passava de 39%? Sei lá. Só sei que eu, se fosse a TV Globo, contratante da pesquisa, exigiria uma ótima resposta. Afinal de conta, é no lombo do "Jornal Nacional" que essa falha -- falar em "curva" ou "tendência" quando se erra além da margem de dois pontos é desrespeitar a inteligência do espectador -- vai arder.