Canal da secretaria de comunicação de Bolsonaro mente e faz campanha contra Marcelo Adnet

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República usou as redes sociais para defender o primeiro vídeo da série "Um Povo Heroico" da paródia produzida pelo comediante Marcelo Adnet no "Sinta-se em Casa", programa da plataforma de streaming Globoplay. O chororô estatal deu as caras no twitter na manhã deste sábado.

"Acreditamos que seria possível unir todo o país em torno de bons valores e de bons exemplos. Afinal, ninguém é contra a bondade, o amor ao próximo, o sacrifício por inocentes, certo? Errado! Infelizmente, há quem prefira parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros", prega o manifesto, que acusa Marcelo Adnet de agir com preconceito em relação a Francisco Erasmo, morador de rua que morreu ao ajudar uma refém na Praça da Sé, em São Paulo, há cinco anos.

Marcelo Adnet não fez piada com Francisco Erasmo. Nem pretendeu fazer. Ele quis tirar sarro do puxa-saquismo, da falta de ideias, do pouco talento, do traquejo de quinta, da incapacidade artística de Mario Frias, o namoradinho do Brasil. A reação desproporcional, infantil e obtusa do governo mostra apenas que valeu a pena a tentativa do comediante.

Em setembro de 2018, para vencer a eleição, Jair Bolsonaro prometeu liberalismo econômico, apoio total às políticas anticorrupção, liberdade de imprensa e o fim do mimimi. Dois anos depois, o Brasil recebeu o retorno dos fiscais do Sarney, o fim da Lava Jato, uma enxurrada de juízes censurando previamente veículos que investigam o governo e demonstrações diárias de fraqueza por parte dos bolsonaristas.

Essa gente só é a favor do que interessa a ela.