COM VOCÊS, WILLIAM BONNER. pic.twitter.com/6MpbhvWBXQ
— Brendo (@BreHenrique_) May 6, 2020
Marcado pelo editorial de William Bonner, o "Jornal Nacional" de quarta-feira registrou 30,5 pontos de média e pico de 32,7 na Grande São Paulo.
Isso, numa conta rápida e porcamente arredondada, equivale a 2 milhões de domicílios e 6 milhões de telespectadores.
O WhatsApp não tem esse alcance instantâneo, blogosfera bolsonarista.
Tampouco a capacidade de repercutir a médio e longo prazo.
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O EDITORIAL DO JORNAL NACIONAL
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (6) que mais de 125 mil brasileiros entraram nos registros de casos de Covid-19. Na últimas 24 horas, o ministério registrou mais 615 óbitos e, com isso, o contingente de cidadãos mortos pelo coronavírus no Brasil chegou a 8.536.
Você já nem deve lembrar, mas na quinta passada eram 5.901 mortos. Os números vão aumentando desse jeito, cada vez mais rápido, vão dando saltos. E vai todo mundo se acostumando, porque são números.
Um número muito grande de mortes de repente, num desastre, sempre assusta. As pessoas levam um baque. Morreram mais de 250 pessoas em Brumadinho. É uma tragédia. Nos Estados Unidos, em 2001, morreram quase 3 mil nos atentados do 11 de setembro. Três mil, assim: de repente.
Mas quando as mortes vão se acumulando ao longo de dias e de semanas, como acontece agora, na pandemia, esse baque se dilui e as pessoas vão perdendo a noção do que seja isso: 8 mil vidas acabaram. Eram vidas de pessoas amadas por outras pessoas: pais, filhos, irmãos, amigos, conhecidos.
Aí o luto dessas tantas famílias vai ficando só pra elas, porque as outras pessoas já não têm nem como refletir sobre a gravidade dessas mortes todas, que vão se acumulando todo dia. Todo dia.
Hoje são 8.500. Amanhã a gente não sabe. Quando é assim, o baque só acontece quando quem morre é um parente, um amigo, um vizinho ou uma pessoa famosa.