Jovem Pan não quer esquerdistas, quer escadas para bolsonaristas

Li em alguns sites que a Jovem Pan está atrás de comentaristas de esquerda para se livrar da pecha de bolsonarista.

Quanta inocência.

A Jovem Pan não é a Fox News. É a ATN, da ótima "Succession". O business no espigão da Paulista não é jornalismo. É opinião. E opinião histriônica, que debulha a oposição e coroa a situação. O máximo de esquerdismo admitido por ali é (ou era) André Marinho, que rompeu com o presidente anos atrás e está longe, muito longe, das fileiras do PT ou do PDT.

Não há nada de errado em privilegiar a audiência e o faturamento. Empresas privadas de comunicação existem para isso mesmo: engajar o público e vender anúncios de shampoo anticaspa. O que não tem cabimento é a ingenuidade dos jornalistas que cobrem o jornalismo.

Depois de tudo o que aconteceu de 2018 para cá, com a eclosão de Coppollas e outras peças raras, é bastante claro que a esquerda tem uma única função na Jovem Pan: servir de escada para os prodígios do bolsonarismo.

A Jovem Pan é bastante transparente –e nem teria razão para não ser. Por que embaçar a visão do leitor?