Falar de Tarcísio Meira em "Irmãos Coragem" ou "O Tempo e o Vento" é chover no molhado. Nenhum outro ator interpretaria João Coragem e o Capitão Rodrigo Cambará com mais paixão ou talento. O diferencial do maior galã da TV brasileira, no entanto, era notado nos papéis menos nobres. Nos textos menos talentosos.
"O Beijo do Vampiro" é uma das novelas mais horrorosas produzidas pela Globo. Não fosse por Bóris Vladesco, personagem de Tarcísio, a trama seria ainda mais enfadonha. Ao lado de Cláudia Raia, a Mina D'MontMatre, ele deu alguma graça à história. Na prática, as pessoas não ligavam a TV para saber o que aconteceria com o Zeca. A graça era seguir o velho Tarcísio -- e quanta gente o seguiu.
Em 2020, quando a Globo decidiu encerrar os contratos de Tarcísio e Glória Menezes, a quem também devemos aplausos, ele disse a Pedro Bial que não sentia mágoa da antiga casa.
“Nos acomodamos bem na Globo. Fizemos boas coisas, bons trabalhos e temos a certeza de que fomos muito importantes para a Globo, e ela foi muito importante para nós. Nós devemos muito à Globo”.
Não teremos outro Tarcísio. Nem em talento, nem em elegância.