Tudo o que a Band não precisava a três semanas da estreia da temporada 2025 da Fórmula 1 era que seu narrador mandasse Luiza Trajano, dona do Magalu, "dar meia hora de bunda" na internet. Sérgio Maurício, sabe-se lá o porquê, quis bancar o falador. Não foi demitido, mas está na mira do patrão --e, não, não estamos falando de Lewis Hamilton. Na emissora, são poucos os que compram a tese do "aquele twitter não era meu".
Até aqui, o único apoio institucional oferecido a Sérgio Maurício foi o silêncio. Em se tratando de Grupo Bandeirantes de Comunicação, é o pior apoio possível. Perguntem a Jorge Kajuru, que há 21 anos fez uma denúncia sobre a estrutura do Mineirão e foi substituído por um break comercial que nunca chegou ao fim. Para não admitir pressões que certamente aconteceram, a direção da Band permaneceu calada durante uma semana, o tempo necessário para a construção da rescisão do contrato de sua estrela --o "Esporte Total" de Kajuru dava, em 2004, mais ibope que a Fórmula 1 hoje. E enfrentando Milton Neves e "Globo Esporte".
Como nada é tão ruim que não possa piorar, ontem a Band soube que a deputada trans Erika Hilton, também ofendida por Sérgio nas redes sociais, acionará a justiça em busca de reparação. O processo é direcionado a Sérgio, excluindo a TV de qualquer ônus jurídico, mas a consequência da notícia para quem vai ao mercado comercializar a Fórmula 1 é um tantinho óbvia: mais dificuldades na hora de bater o martelo, seja para amarrar o acordo, seja para calcular os descontos --os nababescos preços das tabelas comerciais da TV derretem, em alguns casos, 97% na hora H.
A Band ainda não trabalha com um substituto oficial para Sérgio Maurício, caso seja impossível sua permanência na casa. Dos parceiros disponíveis, a escolha mais lógica é Téo José, que esteve à frente da Fórmula 1 por mais de uma década na Jovem Pan, e tem ótima aceitação do espectador da TV aberta pelo longevo trabalho de Fórmula Indy no SBT, na Manchete, na RedeTV! e na própria Band. Galvão Bueno tem outros compromissos.