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Rachel Sheherazade já era subcelebridade antes de "A Fazenda"

Rachel Sheherazade não está se rebaixando ao posto de subcelebridade agora, assinando com A Fazenda. Leia em Teleguiado

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Muita gente estranhou o nome de Rachel Sheherazade na lista de participantes de "A Fazenda", reality que estreia ainda este mês na Record. "Como pode uma jornalista que recebia tanto dinheiro do SBT se submeter a isso?" e "Por que uma ex-âncora de TV se submeteria a um programa de exposição e convivência?" foram as perguntas que dominaram as redes sociais nas últimas horas. Haja burrice (ou cinismo).

Rachel Sheherazade não está se rebaixando ao posto de subcelebridade agora, assinando com a Record (se é que isso não é uma campanha maluca de promoção da nova temporada de "A Fazenda"). Rachel Sheherazade já nasceu subcelebridade. A apresentadora nunca aterrissaria na bancada do "SBT Brasil" se tivesse um perfil, digamos, comum. O que surpreendeu Silvio Santos, que desejava alguém "povão" para a bancada de seu noticioso, era justamente a falta de tato da moça. Se Jair Bolsonaro foi o primeiro convidado do "Superpop" a pisar no Palácio do Planalto, Rachel Sheherazade é a apresentadora de jornal que não serviria sequer para os debates de Luciana Gimenez. A surra que ela e Marco Antonio Villa tomaram do inexpressivo Fernando Haddad em 2015, no "Jornal da Manhã", em uma discussão sobre faixas de ônibus e ciclovias, foi digna de pena. Vale a ida ao YouTube.

No começo da década de 2000, quem desejava a fama a todo custo corria atrás da Globo para garantir uma vaga no "Big Brother Brasil". Ser pop era ser popular, rebolar até o chão, aparecer nu em rede nacional e ser convidado pelo "Pânico" para mergulhar no tobogã e atirar o pato do "Afogando o Ganso" na cesta. O avanço das redes sociais e a manipulação dos algoritmos mataram essa lógica. Os corpos nus perderam espaço para o opinionismo político. Rachel, que sobreviveu na grande mídia equilibrando-se entre o "fingir ser de direita" e o "fingir ser de esquerda", agora tenta sobreviver fazendo o caminho inverso, trocando a política rasteira pelo entretenimento rasteiro (mas necessário) dos realities shows. Uma pena isso não ter acontecido antes.