Presente de Ayrton Senna e recordes de audiência: Léo Batista e a Fórmula 1
Léo Batista tem uma intensa história com a Fórmula 1. Peça-chave da estruturação do departamento de esportes da Globo, cabia a ele abrir as transmissões, informando grid de largada e notícias de última hora, e substituir Galvão Bueno e Reginaldo Leme se o satélite da emissora falhasse. Muitas provas das décadas de 1970 e 1980 tiveram narração da voz marcante.
Em 1988, Léo fez a abertura do GP do Japão, evento que conferiu a Ayrton Senna seu primeiro título mundial de Fórmula 1. O boletim do apresentador anotou 14 pontos de audiência, com 70% de participação. Isto significa que, a cada 100 televisores ligados, 70 estavam sintonizando a Globo. Um assombro de audiência, que só voltou a se repetir em 1989.
Seis anos depois, Léo conduziu o plantão do acidente fatal de Ayrton Senna. Os primeiros boletins foram ao ar por volta de meio-dia, nos intervalos do desenho "Os Simpsons". As entradas de Léo subiam o ibope de 21 para 25 pontos, amassando o SBT. Nem a informação extraoficial do óbito do piloto, dada pela Band durante a transmissão do Campeonato Italiano, tomou a liderança da Globo --a Band chegou a um placar de 20 contra 23 perto das 13h40, hora oficial da morte do tricampeão.
Amigo de Ayrton Senna, Léo não saiu dos estúdios da Globo em 1º de maio. Ele participou ativamente do "Domingão do Faustão", trajando uma camisa preta que tinha um broche de capacete no peito, presente dado pelo próprio Senna.
"Eu estou com uma camisa preta. E não é porque estou de luto. É porque aqui está o capacete do Ayrton. Esta camisa é um presente que ele me deu. Por estranha ironia, ela é preta. Mas não é de luto, não".
Léo voltaria à programação da Globo do 1º de maio de 1994 após a sessão "Primeira Exibição", que ocupava o slot após o "Fantástico". O jornal registrou média de 17 pontos em seus quinze primeiros minutos, contra 9 do SBT.