Por que os jogos do Brasil dão mais audiência na Globo do que no SBT

A polarização política chegou à medição de audiência da TV. Ontem, antes da bola rolar no Mané Garrincha, dezenas de influenciadores e políticos bolsonaristas gastaram alguns minutinhos provocando a Globo e profetizando uma goleada do SBT sobre o "Domingão". Números à mão, foi a vez da massa antibolsonarista comemorar o revés do presidente e escrachar Silvio Santos.

A derrota da Copa América para o Domingão de Tiago Leifert não é de esquerda ou direita. Ela é isentona. Se o presidente da República fosse Lula ou Alexandre Kalil, o SBT teria os mesmos resultados. Porque TV, a despeito das novas possibilidades de convergência, é hábito. E o canal do Amarelinho ainda está fora do radar desse telespectador, que passou as últimas décadas assistindo à seleção na tela da Globo.

Criar um projeto do zero, como faz agora o SBT no campo esportivo, é difícil. Criar um projeto do zero enfrentando a maior emissora do país, muito mais. A Fórmula 1, a Copa Libertadores e a Copa América atingiam índices exorbitantes de audiência quando estavam do outro lado do muro porque não tinham concorrência. Uma coisa é enfrentar Brasil x Venezuela com a reprise da Tele Sena. Outra, bem diferente, é encarar Neymar com William Bonner ou Faustão. O custo dessa retranca é refletido no ibope. O que dá 30 pontos na Globo, jamais dará 30 nas rivais.

É hora de guardar a bandeira.