Por que Léo Batista nunca vai morrer de verdade
A TV brasileira está ficando muda. Perdemos, em coisa de um ano, a maior voz do entretenimento, Silvio Santos, e duas das maiores do jornalismo. O que Cid Moreira fez pelo JN, Léo Batista fez por todo um departamento da Globo. Ele deu forma, padrão e qualidade ao esporte da maior emissora do Brasil, uma das mais assistidas e poderosas do mundo. Dá pra ser mais marcante do que isso?
Léo Batista construiu o "Globo Esporte", arredondou o "Esporte Espetacular" e resolveu um problema antigo da Globo --a concorrência do SBT no fim das noites de domingo-- com a consolidação do "Placar Eletrônico", o jornal esportivo mais completo da história da TV brasileira. Com uma hora de duração, o "Placar Eletrônico" reunia informações do Brasileirão, dos estaduais, da Fórmula 1, da Indy, da NFL, da NHL, da MLB e do que mais envolvesse atletas. Era um SportsCenter com nossas cores, que resumia outro bem-sucedido projeto esportivo da TV dos anos 90, o "Show do Esporte".
Menos pessoas passariam madrugadas em claro assistindo ao boxe internacional e às corridas de Fórmula 1 se Léo Batista não emprestasse a sua voz, o seu dom, para mantê-las acordadas e entretidas. Graças à voz marcante, o esporte subiu de divisão.
Léo Batista disse, um ano atrás, referindo-se a Pelé e Zagallo, que "só morre de verdade quem nunca mais é lembrado".
É por isso que Léo Batista é mais que marcante. É eterno.