O problema de Luciano Huck é que ele se leva muito a sério

Luciano Huck ainda é candidato a presidente do Brasil. Está na cara dele. Está no livro dele. Está na chamada do novo programa dele. Está na entrevista para  Renata Ceribelli, exibida no "Fantástico".

"Da porta para dentro não tem nada mais importante do que cuidar dos nossos. A família para mim é a coisa mais importante da vida. E da porta para fora, como é que a gente pode ser mais generoso, menos egoísta? A vida não é sobre o que a gente junta, é sobre o que a gente espalha", filosofa o apresentador dos altruístas "Dez ou Mil" e "Lata Velha", que sobreviviam do desespero alheio.

"[Tiazinha e Feiticeira] Não caberiam hoje em dia. De jeito nenhum. Coube naquele contexto [dos anos 1990]. E a gente era muito jovem também. Tinha uma certa ingenuidade naquilo também. O jeito que minha geração foi educada tem pilares que não se sustentam mais. Graças a Deus", justifica o pupilo de Fernando Henrique Cardoso, que há algum tempo tenta homenageá-lo com esse desesperado "esqueçam o que produzi".

Difícil crer no insucesso de Luciano Huck aos domingos. Com SBT e Record acomodados, a tendência é que o "Caldeirão" repaginado permaneça em primeiro lugar no ibope, como outros programas sem carisma da Globo – o "Se Joga", por exemplo. Isso, porém, não significa sucesso. É mera obrigação.

Com tudo o que aconteceu nos últimos dias, minha única certa é que sentiremos alguma falta de Faustão. E muita falta da Tiazinha, da Feiticeira e daqueles pobres infelizes que faziam qualquer negócio para ganhar uma Kombi reformada. Eles são a cara de Luciano. Ele querendo ou não.