A reestreia do "Linha Direta", agora sob a tutela de Pedro Bial, relembrou a participação de Sônia Abrão no malfadado caso Eloá.
Eu estava na faculdade de jornalismo nessa época e era leitor do "Observatório da Imprensa". Os profissionais dos veículos mais populares, como o extinto NP, diziam que a Polícia Militar quis transferir para a TV a culpa pelo assassinato da menina, e que o "A Tarde É Sua", programa de Sônia Abrão, não merecia reprimendas. As críticas eram mais comuns na imprensa que dialogava com as classes A e B e nas estantes dos acadêmicos. Laurindo Leal Filho, da ECA-USP, defendia a cassação da RedeTV!, hipótese descartada pelas autoridades.
Sônia Abrão nunca declarou arrependimento pelo telefonema a Lindemberg, o pulha que manteve Eloá em cárcere privado por mais de 100 horas. A entrevista, disponível abaixo, garantiu 5 pontos de média e picos de quase 10 ao "A Tarde é Sua". A RedeTV!, acostumada a brigar pelo quarto lugar do ibope de São Paulo, alcançara a vice-liderança naquela tarde.
Por tudo o que se falou de lá para cá, nunca um pico de audiência nas tardes da TV brasileira custou tão caro.