"Psycho Pass" vai além de "Minority Report"

"Psycho Pass" se passa em um futuro alternativo onde qualquer pessoa está sujeita a virar criminosa de uma hora para outra. Para evitar que isso aconteça, um sistema de monitoramento foi criado para avaliar o estado mental (psycho pass) de cada civil e através dessas informações determinar se essa pessoa pode ou não se tornar criminosa. Resumir o anime a uma cópia de Minority Report, conto de Philip K. Dick protagonizado por Tom Cruise em 2002, seria injusto já que a história oferece bem mais.

O ideal de uma sociedade perfeita sem crimes é colocado em dúvida constantemente, principalmente pela perspectiva da protagonista que prefere acreditar que toda pessoa tem salvação. Em seu primeiro episódio essa questão é levantada, afinal todo abusado se torna um abusador?

Utilizando um sistema que consegue medir a capacidade criminal de cada pessoa em conjunto com armas que só disparam caso um cidadão ofereça algum risco, acompanhamos uma equipe de policiais responsáveis por impedir que esses incidentes aconteçam. Em conjunto com os policiais são designados justiceiros, criminosos à serviço da polícia encarregados de fazer o trabalho sujo evitando assim que o psycho pass de policiais “limpos” sejam alterados.

A protagonista da série é excelente, mas o destaque são seus coadjuvantes e principalmente o “vilão” de sua primeira temporada. Seria um exagero compará-lo ao John Doe de "Seven" ou até mesmo o Coringa de Heath Ledger, mas para um anime podemos colocá-lo como um dos personagens mais marcantes do gênero.

Violento, pesado e com uma história bem amarrada, "Psycho Pass" poderia ter acabado na primeira temporada. A segunda temporada infelizmente não atinge o nível da primeira e só é indicada para quem ficou com aquele gostinho de quero mais.