O UOL reporta que "a militante de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, divulgou na tarde deste domingo em redes sociais o nome de uma menina de 10 anos grávida após estupro e o endereço do hospital em que está internada".
"Na postagem, Sara escreveu em caixa alta o endereço da unidade de saúde, revelou o primeiro nome da criança, e usou o termo "aborteiro" para se referir ao suposto médico que realizaria o procedimento. Em seguida, pediu que seus seguidores rezassem e 'colocassem os joelhos no chão'", explicita.
As redes sociais não tornaram os brasileiros piores, como muitos pensam. Os brasileiros sempre foram moralmente frouxos e intelectualmente safados. As bolhas digitais serviram para tornar os brasileiros mais desavergonhados, banalizando a selvageria através da convivência. Em 2000, reunir seis imbecis era tarefa difícil. Em 2020, basta uma hashtag e a boa vontade de um programador para a barbárie começar.
Todos os países sofrem os efeitos do universo sem filtros propiciado pela imprensa. Nenhum deles, porém, criou polos mais nefastos de desinformação e maldade que o Brasil. Vejam Sara Winter. Ela nunca foi direitista, esquerdista, feminista ou qualquer outra coisa na vida. Trata-se apenas de uma persona completamente alheia ao bem comum, que gosta de aparecer, causar, "viralizar". Fosse um pouco mais velha, tentaria a sorte no Big Brother Brasil dos tempos do 0300. Ou mergulharia no insólito "Ilha da Sedução". Ou simplesmente apanharia sabonetes na Prova da Banheira – antes dos algoritmos, a porta da fama era bem mais pesada e meritocrática.
O Brasil terminou de dar errado quando as subcelebridades deixaram o tudo pela fama tradicional, das brincadeiras mambembes dos programas de auditório, e partiram para o lamaçal ideológico, que é tóxico e artificial.
Que a menina violentada pelo próprio tio encontre o melhor caminho para sobreviver e viver em paz, podendo, na medida do possível, restabelecer a infância perdida.
Que Sara Winter desapareça do noticiário em breve.
Que Sabrina Boing Boing e Luiza Ambiel voltem o quanto antes para nossas vidas.