Tiago Leifert não gosta de Lula. Também não gosta de Bolsonaro. Por isso, é detestado por todo mundo que vota em Lula e Bolsonaro. E há quem diga que os isentões têm vida fácil...
Tiago Leifert é um dos milhões de cidadãos que pretendem ignorar a eleição de outubro. Eu seguirei caminho oposto, mas respeito a preguiça. Ainda que um candidato seja pior que o outro, ninguém é obrigado a sair de casa para escolher entre a diarreia e o vômito. Indisposição é indisposição. E, às vezes, ficar quietinho embaixo das cobertas é melhor do que engolir um placebo de quatro anos.
Para intimidar a turma do nem-nem, militantes lulistas repetem, dia e noite nas redes sociais, que a omissão é um convite ao fascismo. Mal sabem eles que os bolsonaristas fazem a mesmíssima coisa no WhatsApp, substituindo, é claro, o fascismo pelo comunismo. É, no fim das contas, uma estratégia inócua -- e burra. Ninguém se deixa levar por abordagens do tipo. E o voto nulo, especialmente para Lula, é um presentaço. Quanto menos pessoas saírem de casa com o título do TSE à mão, mais difícil fica para Bolsonaro reverter a vantagem projetada nas pesquisas.
Tiago Leifert merece ser xingado por ter deixado os domingos da Globo. E só por isso.