Uma semana depois do desastre, o "Fantástico" ainda atribui a Chris Rock a responsabilidade pelo papel ridículo desempenhado por Will Smith no Oscar 2022.
"A violência começou antes [do tapa]", frisou Poliana Abritta.
Nada mais progressista e humanizador do que um tapa na cara, afinal.
Pouca gente afagou Will Smith nos EUA na última semana. Ninguém quis cancelar o ator, o que seria mesmo injustificável, mas não houve qualquer movimento para relativizar a postura selvagem e tresloucada do maluco no pedaço. Jornalistas, apresentadores, comediantes e atores de ambos os sexos entenderam que piadas e tapas na cara não dividem prateleira em sociedades civilizadas. Somente a imprensa brasileira, tarada por uma problematização, admitiu a barbárie.
Will Smith tem todo o direito de reagir de forma animalesca às piadas de Chris Rock. Não tem, porém, estofo para sair dessa história como vítima. E a maior emissora do país ignorar essa óbvia realidade é fantástico.