Tempo de TV para Alckmin é igual olho azul em gordo: inútil

Geraldo Alckmin arrumou mais alianças do que a Gretchen para assegurar o maior tempo de TV no horário eleitoral. A lógica era a seguinte: com o domínio da mídia mais respeitada e consumida do país (quem fala em zap zap e internet não recebeu uma planilha de audiência na vida), qualquer um pode decolar. Funcionou em 2012, quando Haddad venceu Serra em São Paulo. Funcionou em 2010, quando Dilma venceu Serra, a Ponte Preta - ou Ponte do Paulo Preto - do PSDB. Por que não funcionaria com o chuchu?

Herdeiro das trapalhadas de José Serra, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, os três patetas do Instituto Teotônio Vilela, Alckmin tem a indiferença dos eleitores cansados "disso tudo que está aí" e o desprezo dos antipetistas, fechados com Jair Bolsonaro depois de uma década e meia de queixas à passividade tucana. Mesmo com metade do tempo da TV nas mãos, passa incólume pelos olhos e ouvidos dos leitores. Fica de lado, traçando cenários em que a margem de erro permite um suado empate com Ciro Gomes ou Fernando Haddad.

A incompetência dos marqueteiros tucanos não é bem uma novidade. Essa turma, em 2002, conseguiu contratar Gugu Liberato para os programas de José Serra e apanhar de chinelo do Lulinha Paz e Amor de Duda Mendonça. Essa mesma turma, semanas atrás, esqueceu de revisar um vídeo que trazia o número do PCC em destaque. O diferencial da vez é a arrogância. Ninguém na sala de observação tucana acha minimamente estranho o desinteresse dos eleitores - em um ano atípico, com diminuição de assinantes de TV por assinatura e consequente recrudescimento da audiência da TV aberta - pelo produto que eles tentam vender.

Pior que o desinteresse pelo resultado é o desinteresse com o trabalho em si. Não é possível que um especialista ache boa ideia colocar Alckmin para falar em renúncia fiscal ou marco regulatório. Dilma desidratou - adoro essas expressões - Marina mostrando um prato vazio na mesa, não com economês de gente afetada, que faz higiene íntima no bidê importado. Nos debates, o desempenho é ainda pior. Com um pouco de aplicação, até o cabo Daciolo tiraria, em nome de Jesus, uma casquinha do coroinha de Pinda.

Segundo o Datafolha, 64% dos eleitores assistiram ao horário eleitoral gratuito até 10 de setembro. Se o PSDB fosse um pouquinho competente...