Sobre ética, jornalismo e trabalho

Dezenas de sites estão tripudiando sobre o "Notícias da TV" pela reportagem sobre o apresentador Raul Gil. Os mais sádicos estão aproveitando a situação para espinafrar Daniel Castro, que mantém repórteres (ou seja: gasta dinheiro) e produz conteúdo inédito sobre televisão e entretenimento diariamente. Os mais canalhas estão aproveitando a situação para ganhar dois cliques: um em cima da notícia original, deletada em respeito aos envolvidos, e outra em cima da retificação, publicada um dia depois.

Só erra pênalti quem bate. O "Notícias da TV" bate alguns pênaltis por dia. Hoje, infelizmente, há pouco jogador e muita arquibancada na imprensa brasileira. Na prática, cinco ou seis equipes escrevem o conteúdo reproduzido por dezenas de sites imorais, mantidos por adolescentes histéricos, afetados e imaturos, que só querem saber daquilo mesmo que você imaginou aí - são pobres demais para vislumbrar algo que não tenha etiqueta ou dure menos de sete minutos.

Quem reproduziu a primeira reportagem do "Notícias da TV" sobre Raul Gil não tem o direito de tripudiar sobre a "fake news". Tem somente - e tão somente - o direito de assumir seu papel de chupim e admitir que errou junto. O direito de copiar a humildade do concorrente/produtor de material.

A imprensa brasileira está cheia de parasitas. Ou ela expurga esses bichinhos nojentos agora ou esses bichinhos nojentos expurgarão a imprensa amanhã.