Quem cria polêmica é a militância das redações

Catraca Livre, Estadão, Exame, O Povo e Veja acusaram Glória Maria de criar polêmica no Dia da Consciência Negra por compartilhar, no Instagram, a foto de Morgan Freeman com a frase “o dia em que pararmos de nos preocupar com consciência negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com a consciência humana, o racismo desaparece".

Colunistas e seguidores - muitos deles brancos, curiosamente - criticaram duramente a jornalista da Globo. "Uma mulher negra admirada pelos brasileiros e bem-sucedida profissionalmente pregando a união dos povos? Que absurdo!".

O geneticista italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza publicou em 2003 o livro "Genes, Povos e Línguas". O estudo, embasado pela análise de milhares de exames de DNA, conclui mais ou menos a ideia exposta na postagem de Glória Maria. A cor da nossa pele não expressa a nossa raça, mas sim a terra de origem dos nossos antepassados. Nós, brancos, amarelos ou negros, somos parentes.

O alarde em torno da postagem de Glória Maria não é novidade. O politicamente correto é o mercado mais lucrativo e agressivo da atualidade. O marketing do bom-mocismo impede debates, condena cidadãos e assedia moralmente quem não aceita o "Millennial Way Of Life", propalado diariamente por jornalistas mal-intencionados espalhados nos grandes e pequenos veículos da imprensa tupiniquim.

Glória Maria não é polêmica. Glória Maria é real. E a realidade é um duro golpe para qualquer narrativa.