Polêmica entre Pânico e Galã do TikTok expõe submissão dos jornalistas ao Twitter
A bizarra e artificial polêmica criada em torno de um comentário de Samy Dana, integrante do "Pânico", a respeito do futuro profissional de Mario Jr, o "Galã do TikTok", sinaliza o nada saudável grau de sucateamento da imprensa em relação às redes sociais.
Todos os sites que correram atrás dessa "notícia" usaram como fonte um vídeo grosseiramente editado de uma twitteira com 47 seguidores. A garota fez o que achou que deveria fazer para expressar a opinião dela, que é legítima – toda opinião, senhores canceladores, é legítima. Acontece que ela tem essa liberdade por ser uma pessoa comum. Jornalistas não são pessoas comuns. Eles têm responsabilidades.
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O Brasil adora falar em responsabilidade e combate à desinformação, mas não faz a menor questão de unir a prática ao discurso. Não são poucos os portais que se aproveitam da Torre de Babel das redes sociais para inventar falsas polêmicas em troca de cliques. Se os cliques pagassem contas, o tiro na cabeça da credibilidade, verdadeiro produto da imprensa, seria justificado. Mas não pagam. Basta ver a quantia de profissionais que se desdobram em quatro, cinco editorias, para compensar o vazio das redações. No fim das contas, um veículo de peso que aceita fazer o jogo da hashtag não é moralmente melhor que o militante safado que espalha mentiras no WhatsApp. O resultado final – a adulteração da opinião pública – é o mesmo.
É uma vergonha constatar que o Twitter é o Gatekeeper da nossa imprensa.
Em tempo: no último dia 15, a jornalista Bari Weiss, da seção de Opinião do NYT, deu um importante relato sobre a influência do Twitter no mercado.
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FELIPE NETO X PÂNICO
Felipe Neto cresceu na internet com resenhas nada republicanas sobre “Crepúsculo”, thriller de vampiros e lobisomens que enchia de amor e gritinhos o coração das meninas.
Luccas Neto, seu irmão, é a rainha dos baixinhos da geração Z. Antes de ensinar as crianças a falar “Manhê, compra o livro do tio do YouTube”, ele repercutia no canal “Hater Sincero”. O conteúdo de primeira desse hub de entretenimento inclusivo e de qualidade foi repercutido ano passado pela Folha de São Paulo.
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