A Folha é uma mistura de "The Newsroom", "Superpop" e "The Office". No papel, a melhor criação artística do mundo. Na prática, uma tremenda dor de cabeça. Neste domingo, o jornalão torceu o nariz para Ricky Gervais, vencedor do Globo de Ouro.
"Ricky Gervais vence Globo de Ouro por especial em que ri de crianças com câncer", advertiu a manchete publicada nas redes sociais e recortada na montagem que abre este post. O leitor mais ingênuo indagará: "Mas isso não é um título informativo?". Nada. A Folha não escreve mais notícias. Escreve tarjas de programas de auditório, para polemizar e fisgar a audiência. Dá certo? Opa. Se não desse, a esta hora eu estaria bem longe daqui, provavelmente assistindo a reprises de "Scooby Doo, Cadê Você?".
Eu estou acostumado com a falta de bom humor da Folha. O que ainda irrita é a falta de lastro. Enquanto Gervais era pintado como um safado, um insensível, um criminoso, um destruidor de vidas na editoria Ilustrada, a Choquei é tratada como uma criancinha levada no F5.
O problema da Folha não é ideológico. É intelectual.