Folha precisa seguir o exemplo do NYT e capitalizar os ataques do presidente

É natural o estupor da Folha em relação às críticas de Jair Bolsonaro à sua cobertura jornalística. Como o ex-capitão foi eleito para presidir o país e não para ser ombudsman do jornal, nem há razão para tamanho esperneio. A tensão entre o presidente e a imprensa, no entanto, é fortuita para a Folha. Seus diretores deverim blindar e tranquilizar seus profissionais, orientando eles a repetir o que o The New York Times fez nos EUA depois da chegada de Donald Trump: produzir conteúdo atraente para os leitores.

Graças ao "efeito Trump", o "The New York Times" ganhou 250 mil novos assinantes no primeiro semestre e experimentou, no segundo trimestre do ano, receita de quase US$ 100 milhões.

"A retenção dos nossos produtos digitais permanece. Continuamos a reter os leitores que vieram com a eleição (de Trump), que agora já são assinantes há mais de ano", ilustrou o diretor-executivo do "New York Times", Mark Thompson, à France Presse.

Existe paralelo entre o mercado americano e o brasileiro? Por enquanto, não. Mas o pontapé inicial é necessário. A imprensa brasileira precisa se modernizar. A hora é agora.