Folha invalida reportagem do UOL sobre eficácia da hidroxicloroquina contra o coronavírus
A Folha de São Paulo corrigiu a trapalhada do UOL e expôs a "pedalada científica" do estudo científico pró-hidroxicloroquina da Prevent Senior.
Enquanto o UOL, em manchete registrada às 16h00 de quinta-feira, categoricamente afirma que a pesquisa "aponta menos internações para quem usou hidroxicloroquina" no combate ao coronavírus, a Folha, em reportagem assinada por Phillippe Watanabe nesta sexta-feira, aponta que não há embasamento para tal afirmação. Mais: ressalta que há problemas de registro e metodologia na análise da Prevent Senior.
De acordo com o jornal, os pesquisadores não sabiam se todos os 636 pacientes do estudo realmente tinham Covid-19 e não puderam seguir o chamado "padrão ouro", quando pacientes e pesquisadores não sabem quem é medicado e quem recebe placebo. Por fim, o registro internacional para estudos clínicos aponta números diferentes dos encaminhados à imprensa - erro cadastral que a Prevent Senior já trabalha para corrigir.
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Algumas das incongruências apontadas pela Folha de São Paulo são, com menor profundidade, questionadas pela reportagem do UOL. O cardiologista Rodrigo Barbosa Esper, diretor-científico do grupo Prevent Senior, não só concedeu entrevista ao portal como definiu a urgência da pandemia como justificativa para a eliminação do "padrão ouro" na pesquisa. O problema está todo na manchete, baseada em press-release. O estudo da Prevent Senior pode sugerir algo, mas não concluir. Especialmente agora, quando milhares de brasileiros, induzidos pelo presidente Jair Bolsonaro, caçam cloroquina nas farmácias.
O mais incrível: Folha e UOL pertencem ao mesmo grupo.