Crise da Abril coloca em xeque modelo brasileiro de jornalismo
A Abril atribuiu às transformações tecnológicas e à retração econômica a extinção das revistas Cosmopolitan, Elle, Boa Forma, Mundo Estranho, Arquitetura & Construção, Casa Claudia, Minha Casa, Veja RIO e Bebê e a demissão de mais algumas centenas de profissionais.
É óbvio que a troca do papel pela tela do smartphone alterou a dinâmica do mercado. As dificuldades enfrentadas pelas editoras brasileiras, entretanto, têm tudo a ver com a gestão do produto e (quase) nada a ver com a "embalagem" oferecida ao leitor.
O prazo de validade das notícias caiu drasticamente com a popularização da internet e do jornalismo on line. Nesse cenário frenético, faz cada vez menos sentido acordar cedo para ler o resumo de ontem.
As publicações americanas só recobraram o fôlego quando souberam separar o "online" do "offline" e priorizaram a geração de conteúdo inédito para as plataformas "frias". Exatamente o que as redações brasileiras, perigosamente enxutas de ideias e mão de obra, são impedidas de experimentar e oferecer.
Quando teremos boas notícias da Abril? Em breve, espero.