O destaque televisivo dos Jogos Olímpicos sabe as letras de "Ragatanga" e "Tumbalacatumba", cria bordões como ninguém e é um estudioso. Da cultura pop e do esporte.
Há cinco anos na ESPN, Rômulo Mendonça não dependeu do futebol para conquistar o título de melhor narrador da nova geração.
Presença certa nas transmissões de NFL, NBA e MLS, o mineiro conseguiu, com surpreendente rapidez, popularizar esportes duros (o basquete perdeu muito apelo depois das aposentadorias de Oscar, Magic Paula e Hortência) e campeonatos com fórmulas mirabolantes, tornando cada evento um espetáculo particular. Talento raro, compartilhado apenas pelos geniais Silvio Luiz e Ivan Zimmerman.
Capitão do torneio olímpico de vôlei, Rômulo obteve empatia imediata com o público. Torcedor sem ufanismos, narrador sem maneirismos, devolveu a irreverência perdida nos últimos anos sem perder de vista seu compromisso primordial. Suas brincadeiras são permeadas por números, informações e generosas deixas para os comentaristas Mauricio Jahu e Mauricio Lima, que aproveitaram o clima para ensinar, sem pedantismos, as regras da modalidade e as táticas das seleções.
A internet tem patrocinado a chegada de profissionais engraçadinhos, que resumem seu preparo à análise de memes e trending topics. O sucesso de Rômulo Mendonça prova que há esperança para a comunicação, pelo menos no campo esportivo. As ótimas sacadas são aproveitadas pelos twitteiros, mas não são pensadas especificamente para eles. O alcance é amplo, funcional e orgânico, agradando sem esforço toda a audiência.
Que o caos prevaleça.