Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin é sutil e sublime

“O que é a vida sem felicidade?”.

“Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin” talvez seja um dos animes mais emotivos sobre amizade e esperança que eu já tenha visto. Isso, por si só, bastaria para indicá-lo, mas seria injusto resumir suas qualidades a alguns sentimentos.

O anime nos transporta para a década de 50, logo após a derrota do Japão na segunda guerra mundial. A fragilidade no processo de reconstrução e o sentimento dos japoneses em relação aos americanos destroem a imagem da comunidade exemplar. O patriotismo fica de fora da história. Aqui, falamos de humanos pensando naquilo que é melhor para eles próprios.

A história se concentra na rotina de sete delinquentes juvenis que se conhecem na prisão e encontram forças na amizade para sobreviver ao inferno.

O clima é pesado. No início de cada episódio, os espectadores são avisados que algumas cenas podem causar desconfortos. Esses desconfortos não são causados por cenas de violência explícita. Tudo acontece de maneira sublime e sutil, a partir de ângulos que exploram mais emoção do que a ação em si. Exemplo: em uma cena onde um dos personagens é humilhado, somos convidados a assistir à expressão triste de quem acompanha a agressão, não os ataques.

Falando em personagens, o “Rainbow” do título da série faz referência às setes cores do arco-íris e à presença dos sete jovens protagonistas que renascem após a turbulenta tempestade.   Cada jovem carrega consigo um apelido. Esse apelido traduz a personalidade e o crime cometido por cada um. E é aqui que eu encontro uma certa falha. Alguns personagens não são tão bem aproveitados nesse cenário, enquanto outros possuem uma história muito longa que poderia ser encurtada.

O anime possui 26 episódios e se divide em dois arcos principais. Apesar de alguns episódios mais fracos na segunda metade da série, nada compromete o excelente final e a emoção de seu desfecho.