Rei morto, rei posto? Não em "Succession". Kendall, Shiv e Roman demoraram tanto para tomar uma decisão que terminaram a corrida atrás do abobalhado Tom e aboletados no bolso de Matsson.
Quatro temporadas depois, ficou claro para o público que o filho menos espalhafatoso e estúpido de Logan era Connor. Ok, ele tinha aquelas deficiências cognitivas de liberal do Partido Novo, mas entendia perfeitamente que o pai não queria passar adiante seu brinquedo mais caro, a Waystar Royco, e preferiu respeitar a vontade dele. Casou-se com uma moça bonita, torrou milhões em campanhas eleitorais infrutíferas e aproveitou as benesses de ser herdeiro.
Exceção feita a Roman, que queria comandar os negócios da família para poder se declarar o queridinho do papai, Shiv e Kendall nunca estiveram preocupados com os planos de Logan. Shiv queria se vingar dos irmãos, mimados no civil e no criminal, enquanto Kendall mirava o pai. Saiu-se melhor (ou menos pior) quem conseguiu andar com as próprias pernas, como Logan fizera a vida toda --o chapéu que ele aplica nos três patetas, ao fim da terceira temporada, era mais que um chapéu. Era uma lição.
Kendall, o grande perdedor de "Succession", recebeu mais aulas de Logan do que qualquer outro filho. Shiv não se sentia desprivilegiada à toa. Mais do que acobertar os homicídios culpados de Kendall, Logan não mediu esforços para transmitir a ele a inteligência emocional necessária para sucedê-lo. Tempo perdido. Em toda a série, Kendall só conseguiu agir como "um matador", desejo supremo de Logan, na entrevista coletiva da crise dos cruzeiros --e por pouco tempo, haja vista a insegurança e as tentativas de suicídio subsequentes.
Logan também aceitaria a oferta da GoJo. Logan também entregaria a coroa para Tom. O martini de Roman era um brinde à escolha do pai. À vitória do pai.
Rei é rei.