Primeiro título de Senna deu injeção de audiência à Globo
A expectativa pelo primeiro título mundial de Ayrton Senna fez a Globo, que em 1988 costumava fechar a programação no meio da madrugada, atingir 17 pontos de média às 3h30.
A dramática vitória de Ayrton Senna em Suzuka começou a ser transmitida, de acordo com os relatórios oficiais do Ibope, à 1h50, depois da "Sessão de Gala", que só na década de 1990 seria transferida para as madrugadas de domingo. A transmissão, com mais de duas horas de duração, rendeu 15 pontos de média e 75% de share. Isso significa que 75% dos televisores ligados em São Paulo acompanhavam a Fórmula 1. Um assombro --e, ressalto, estávamos ainda no início da simbiótica relação entre Galvão e Ayrton.
Naquela época não existia ibope minuto a minuto. As medições eram realizadas por cadernetas ou entrevistas, como as pesquisas de intenção de voto a presidente ou governador. Os resultados eram apresentados em intervalos de quinze minutos, em fracionamento simples --isto é: hora cheia, hora e 15, hora e 30, hora e 45.
Herdando 13 pontos da "Sessão de Gala", o GP do Japão registrou 14 no primeiro ciclo cheio, contabilizado das 2h às 2h15. As médias subsequentes foram: 14, 15, 16, 15, 17 e 17.
Foi (ainda é) um índice histórico. Durante a comemoração do título, 85% dos televisores ligados irradiavam a voz emocionada de Galvão Bueno. O SBT, que às vezes curtia a boa fase do "Comando da Madrugada" para beliscar a primeira posição, comeu poeira. Ninguém podia com Ayrton Senna.
Entusiasmada com o título se Senna, a Globo exibiu no domingo, antes da reprise de "Brave Starr", um compacto do GP do Japão. Deu 15 pontos de média e 52% de share. O SBT, com Ducktales e Passa ou Repassa, 11. A Band, com campeonato italiano, 4.
A saber: o Passa ou Repassa assumiu a liderança, em uma briga ponto a ponto com a Globo, assim que a reapresentação da corrida saiu do ar.