O que está por trás do xadrez da Band com a Fórmula 1
A Band quebrou o silêncio sobre o futuro da Fórmula 1. Em nota, a emissora disse discordar da proposta de distrato oferecida pela Liberty Media e que, nos termos atuais, o melhor a se fazer é cumprir o contrato e transmitir o campeonato até 2025. É uma tijolada nas pretensões da Globo, que fez gracinha no Upfront ao exibir um carrinho de corrida no telão, e da própria Fórmula 1, que apostava na mudança de ares para ganhar mais audiência.
Quem acompanha o noticiário certamente se surpreendeu com o repentino interesse da Band pela manutenção da Fórmula 1. Até semana passada, a narrativa --bovinamente reproduzida pelos colunistas de TV-- era a de que a categoria custava muito e faturava pouco, como se Max Verstappen fosse uma versão sarada de Fausto Silva. O que fez o Grupo Bandeirantes mudar de ideia de setembro para cá?
A resposta está na nota da própria Band. Ela prega a ausência de "consenso em relação ao distrato", não a negociação dos valores reivindicados pela Liberty Media. Isso dá a entender que a emissora admitiria um acordo mais gentil --de preferência, um que não a obrigue a pôr a mão no bolso.
Paralelamente, existe a possibilidade (diminuta, é verdade) da Band arrumar dinheiro para regularizar a situação com a Liberty Media, zerando o mérito do distrato. Nesse caso, a rescisão em benefício da Globo só aconteceria se alguém pagasse à Band o valor da quebra de contrato. Um undercut e tanto.