O jornalismo "ouvi dizer que"

Nota da coluna Zapping, do jornal Agora:

"Foi só a Globo anunciar a rescisão de contrato com William Waack, acusado de racismo após o vazamento de um vídeo em que falava expressões como "coisa de preto", para o mercado de televisão começar a especular sobre o futuro do jornalista. No SBT, há quem diga que Silvio Santos em breve deve fazer uma proposta para que ele assuma a vaga de Joseval Peixoto no "SBT Brasil". A ideia conta com a simpatia de Rachel Sheherazade, que já defendeu o âncora publicamente. Danilo Gentili também mostrou interesse em tê-lo como entrevistado".

Especulações são bem comuns no mercado televisivo, mas para tudo há limite. O SBT está enxugando o quadro de apresentadores de telejornal. A saída de Joseval foi decidida meses atrás e amplamente repercutida na coluna de Flávio Ricco. Não há brecha para substituições.

O "há quem diga" é outro clássico do jornalismo de bastidores. Quem, no dia 22 de dezembro, estava traçando estratégias para contratar William Waack? E quem poderia imaginar que a Globo anunciaria publicamente a rescisão contratual quase na véspera do Natal?

Danilo Gentili não manifestou, nenhuma vez, a intenção de entrevistar William Waack. A ligação dos nomes, na verdade, parece um exercício de má-fé. Um jeito tacanho de associar o comediante a uma personalidade de reputação baixa. Rachel Sheherazade, sim, tem simpatia pelo colega de trabalho. A influência dessa simpatia na abertura da negociação? Nenhuma.

William Waack nunca trabalhará no SBT? Não sei. Até aqui, não há evidência alguma. Só chutes da imprensa "ouvi dizer que...".