Em 2010, a pedido da Folha de São Paulo, os fãs de "Vale Tudo" perguntaram à Beatriz Segall a cor que Odete Roitman usaria para pintar aquela "gentinha marrom" [forma como ela se referia aos brasileiros]. Ela gargalhou e respondeu: "De marrom mesmo. É uma cor triste".
Odete Roitman não era algoz de dois ou três personagens. Era algoz de milhões de brasileiros.
As críticas da vilã não preconizavam implicância com esta ou aquela classe social. Para a ricaça, apesar da etiqueta, o país não precisava de um banho de loja. Precisava - ainda precisa - de um banho de decência.
Beatriz Segall não é Odete Roitman. A carreira de Beatriz Segall não é Odete Roitman. Mas ninguém aturdiu nosso povo como Odete. Como Beatriz.
O Brasil fica marrom sem elas.