O Ministério Público do Trabalho quer censurar um canal de TV - e isso é inaceitável

O Ministério Público do Trabalho processou o SBT em R$ 10 milhões pelos "danos morais coletivos" causados por Silvio Santos e Ratinho em suas atrações.

Na ação, expedida semana passada, o procurador Gustavo Acioly cita como maus exemplos à sociedade o namoro na TV - jamais exibido, registre-se - entre Dudu Camargo e Maísa Silva e um chute acidental que atingiu Milene Pavorô no "Programa do Ratinho".

Além da indenização exigida, a Justiça exigiu a assinatura de um termo de ajustamento de conduta - versão cínica de "censura prévia" - em que a emissora assume o compromisso de "não permitir, tolerar ou submeter seus empregados a situações de ofensas pessoais, xingamentos, humilhações, situações vexatórias ou condutas que implicassem desrespeito à pessoa humana". O SBT, felizmente, não caiu no conto do vigário. Deixou claro que os quadros criticados eram humorísticos e seguiu a vida.

A liberdade de expressão já tem inimigos demais no Brasil. A participação do Ministério Público do Trabalho nessa suruba é mais que um mau exemplo. É um acinte à inteligência de todos os cidadãos.