Manoel Soares e Patrícia Poeta são insuportáveis e deveriam sair do ar
Enquanto a internet do lacre discutia o elemento racial (spoiler: não há elemento racial) na guerra entre Manoel Soares e Patrícia Poeta, eu obstinadamente vesti a camisa da cidadania para encarar quatro episódios de "Encontro" e vaticinar se estamos perdendo tempo ou não com esse compliance de patrulhas. O resultado não poderia ser outro.
Para começar, o "Encontro" é o que sobrou do programa de Fátima Bernardes. Ciente da inoperância dos concorrentes, que nunca deram muita bola para as manhãs, a Globo não teve sequer o cuidado de mudar o nome do projeto. Manoel Soares e Patrícia Poeta não combinam entre si, o que é óbvio e inexplicavelmente passou batido pelos pilotos gravados na emissora (só me falta não terem testado a dupla), e não dão match com o formato, que deveria ser apresentado por um cidadão (ou cidadã) só. Eu apontaria Maria Beltrão, mas não quero ser acusado de racismo pelo Bruno Gagliasso. Em resumo, a antipatia e a falta de carisma da dupla atual remete ao "Aqui na Band" de Luís Ernesto Lacombe e Silvia Poppovic. Mais uma vez: é incrível que ninguém tenha notado isso antes da estreia.
O fato é que a falta de cuidado da Globo rendeu a ela um problemaço. Se descarta Patrícia Poeta, desagrada os aldeões que enxergam feminismo em caixa de palito de dente. Se transfere Manoel Soares, afronta outros milhares de justiceiros sociais. O problema de fazer TV (e qualquer outra mídia) pensando na militância é que você nunca será suficientemente bom. É como ser de esquerda e fazer acordo com o PMDB. Você oferece a mão e termina passando a faixa presidencial.