Luciano Huck jamais seria Luciano Huck sem Tiazinha e Feiticeira

Desnecessária a borracha que Luciano Huck passou em Tiazinha e Feiticeira na entrevista que concedeu ao "Fantástico". Questionado por Renata Ceribelli sobre as personagens do extinto "H", o novo rei dos domingos da Globo disse que elas refletiam a má educação dos anos 1990.

"[Tiazinha e Feiticeira] Não caberiam hoje em dia. De jeito nenhum. Coube naquele contexto [dos anos 1990]. E a gente era muito jovem também. Tinha uma certa ingenuidade naquilo também. O jeito que minha geração foi educada tem pilares que não se sustentam mais. Graças a Deus".

Luciano Huck não é o primeiro apresentador de TV disposto a reescrever a história. Não era necessário, porém, ser descortês com Joana Prado e Suzana Alves.

Quando emplacou o "H" na Band, Luciano sofria para marcar 2 ou 3 pontos de audiência na Grande São Paulo. Os picos de 9 pontos vieram a reboque das chicotadas e reboladas de Tiazinha e Feiticeira. "Ingenuidade"?

O argumento de que a TV e a cultura eram diferentes 20 e poucos anos atrás também é suspeito. Prestes a estrear no horário nobre da Band – ironia: o "H", em sua reta final, era exibido às 20h30, faixa que Faustão deve assumir em janeiro –, Luciano reconheceu ao "Jornal do Brasil" que podia muito bem seguir o caminho de Serginho Groisman.

"Acabamos encontrando uma bifurcação na estrada que o Serginho Groisman asfaltou [...] O Serginho é um cara mais conceitual e sóbrio. A gente quer festa. Eu diria que o H é mais eclético", disse.

20 e poucos anos depois, Luciano Huck quer ser conceitual e sóbrio. Nada ingênuo.