O suposto jornalismo do caso Marcelo Adnet

Vários sites abriram plantão nesta quarta-feira para cobrir o "suposto vídeo" em que Marcelo Adnet aparece batendo punheta para uma mulher.

Masturbação, não custa nada lembrar, não é notícia. Nunca foi. Quem se apropria do momento íntimo de um cidadão comum para ganhar cliques e esmolas daqueles anúncios infernais do Google é mau jornalista e mau caráter. Especialmente quando a origem do vídeo é suspeita.

Os brasileiros são cada vez menos relapsos com o conteúdo que recebem. Horas atrás, o Teleguiado precisou explicar que Marilena Chauí (por que diabos aquela mulher julgaria desfile de escola de samba?) não tinha nada a ver com as notas 10 da Paraíso do Tuiuti. Os sites que passam adiante material sem apuração não podem reclamar do sucateamento do jornalismo. Muito menos alegar censura quando são processados.

A assessoria de imprensa de Marcelo Adnet já comunicou que o vídeo divulgado na internet está editado - o comediante aparece na gravação, mas não fica nu. É um trabalho hercúleo, quase inútil. Na irresponsável internet brasileira, é sempre a primeira impressão que fica. Paga a conta o jornalismo. Paga a conta quem não é vagabundo.