Emmy 2017 sofre com a pior safra de séries dramáticas do século

Dos sete indicados ao Emmy de melhor série dramática, apenas um justifica o status de produção acima da média.

Spin-off de "Breaking Bad", "Better Call Saul" está a milhas de distância de "This Is Us" (versão comportada da igualmente ruim "Brothers e Sisters") e de "The Handmaid's Tale" (o "Game of Thrones" da Hulu), principais surpresas da lista.

Se "House of Cards" (lembra algo muito pior que a política brasileira: a dramaturgia brasileira) e "Westworld" (um "The 4400" com mais verba de produção) apanharam para manter o mínimo de coerência na última leva de episódios, Vince Gilligan e Peter Gould tornaram os calvários de Jimmy McGill e Mike Ehrmantraut mais intensos e interessantes. Não por acaso, é a única das concorrentes à estatueta a usar o silêncio como recurso dramático.

A incontestável vantagem sobre as demais séries não garante, como o Emmy de 2015 não nos deixa esquecer, salva de palmas a ninguém. "The Crown", série sobre o reinado de Elizabeth II, tem boas interpretações, produção caprichada e John Lithgow entregando o melhor Churchill da TV. Pode surpreender, portanto.

Superestimada pela geração Omelete, "Stranger Things" é um filme da “Sessão da Tarde” com fãs fervorosos. Pode ganhar no grito – como “Game of Thrones” ganhou de “Mad Men” em 2015. Nesse caso, vale até a torcida por "Westworld".

PALPITE: Westworld
MINHA ESCOLHA: Better Call Saul