Chamada do "Domingão com Huck" tem cara de propaganda eleitoral
A julgar pela primeira chamada, o "Domingão com Huck" tem tudo para ser a maior bomba dos últimos anos na televisão brasileira.
Como se nunca tivesse lançado Tiazinha, Feiticeira e Dany Bananinha, o eterno candidato da terceira via é apresentado ao público dos domingos como uma espécie de Pai dos Pobres, um salvador da Pátria que sai distribuindo abraços, sorrisos e presentes a humildes moradores de cidades afastadas.
O assistencialismo engoliu os domingos da TV desde o fatídico "Domingo Legal" de 7 de setembro de 2003, aquele em que Gugu teve a brilhante ideia de entrevistar dois homens fantasiados de capangas do PCC.
Enfraquecido pelo escândalo, o criador do Pintinho Amarelinho abriu mão das gincanas e do jornalismo ao vivo para reformar casas e pagar dívidas alheias, criando uma fórmula copiada exaustivamente por todas as emissoras há dezoito anos -- a exceção era justamente a Globo, que tinha em Fausto Silva um porto seguro de faturamento, audiência e entretenimento.
O sucesso de Luciano Huck no novo "Domingão" tem mais a ver com a inteligência das concorrentes do que com a Globo em si, sobretudo nesse primeiro momento, em que quadros antigos do "Caldeirão" serão reutilizados.
Se Record e SBT não se mexerem, teremos uma maratona de emoção e lágrimas no início da noite, facilitando o trabalho do pupilo de Fernando Henrique Cardoso, que tem muito mais recursos para ser o príncipe encantado da telinha. Se um programa alegre surgir às 18h00, o panorama tende a mudar.
O domingo também quer uma terceira via.