A bolha é blasé
Espécie de "Superpop" para diplomados, o "Encontro com Fátima Bernardes" tem muito a aprender com os programas de debates das emissoras concorrentes.
Bruno Ferrari e Andreia Horta não erraram ao questionar a opinião de Dona Regina, a simpática senhora instada a participar do interminável debate sobre a nudez no MAM. Erraram ao adotar um tom blasé, arrogante, incompatível com a simplicidade da convidada.
Diálogos dignos não envolvem olhares cínicos, sorrisos amarelos e pedidos de "prefiro não comentar". Programas de TV com participação popular - não é necessário trabalhar com TV ou teatro para reconhecer isso - demandam respeito à opinião alheia.
Andreia Horta tem todo o direito de se imaginar mais culta e interessante que Dona Regina - quem grava novelas do porte de "Alta Estação" só pode mesmo ter um algo a mais. O que ela não pode é usar a influência e o domínio da linguagem da TV para encurralar uma senhora. E isso nada tem a ver com ideologia. Tem a ver com bom senso.