Dois erros da Band na reestreia do "Apito Final"

Neto é um dos caras mais despojados, autênticos, carismáticos e divertidos do Brasil. A última coisa que eu faria se contasse com ele na minha emissora seria aprisioná-lo a um formato ou a um cenário. O que a Band fez na nova versão do "Apito Final"? Enfiou uma mesa no meio do estúdio, sepultando o espírito irrequieto e caótico de "Os Donos da Bola".

Se é pra deixar o Neto com uma mesa na frente, esquece. O público gosta do Neto loucão. Pra que tornar coxinha um cara que é do povo e FAZ SUCESSO POR SER DO POVO?

A TV aberta não está em crise por causa do streaming. O videocassete era o streaming da década de 1980 e já morreu. O que ameaça a TV aberta é o comportamento ilógico de quem trabalha na TV aberta.

O horário do "Apito Final" é outra temeridade. Como Neto pode chegar a 3 pontos de audiência se recebe com 2 pontos às 22h? O programa deveria ser exibido às 18h, para herdar o público do futebol que não curte o "Domingão com Huck". A Série B é um mau produto para a Grande São Paulo. Quando não perde para "A Hora do Zap", apanha do "João Kléber Show". Em dias de Palmeiras x Corinthians, aposto com vocês, a Band atingiria picos de 5 ou 6 pontos se contasse com Neto repercutindo o resultado. Esquecido no fim da noite? Nem pensar.

1,4 ponto, audiência prévia da estreia do "Apito Final", é um grande resultado para a Band, mas está aquém da capacidade de Neto. É imperativo colocar o craque na posição certa.